quarta-feira, 10 de agosto de 2011

MEU POETA...


Quando eu era criança brincava com as minhas primas de casamento, era muito divertido e engraçado, afinal idealizávamos homens lindos, altos, fortes, entre outras coisas que, ao nosso olhar infantil, eram muito atraentes.
Com o passar do tempo busquei este suposto príncipe encantado, esperei ele todas as noites, pensando em como seria nossa vida, tentava imaginar seus olhos ao acordar, seu cheiro em meio as minhas roupas.
Muitas vezes acreditei tê-lo encontrado, mas em todas elas em algum momento enxerguei o engano, até que um dia ele surgiu.
Sua aparência não tinha a menor semelhança com aqueles homens com os quais eu sonhara ou me relacionara anteriormente. Era único. Cheio de palavras e opiniões, um pouco desleixado e rude. Não me contive nas ofensas à sua pessoa, especialmente quando se tratava de suas ideias revolucionárias que me ofendiam, pois ao escutá-las descobria o quanto estava presa às pequenezas da vida.
Com o passar do tempo tornou-se encantador, um poeta do outro mundo, grande amigo.
Entre cervejas bebidas e trocadas, as conversas buscavam a noite bem devagar, com medo de ir embora, com medo das despedidas, aqueles temidos olhares.
Foi naquele dia, no dia em que me descobri(ram) maravilhosa. A dança, os beijos, uma sensação diferente, uma noite quente, clara, a música exalava flor de laranjeira. A perfeição.
Os dias correram, anos passaram, idas e vindas, distâncias, lugares e finalmente... Nós.
Completa, assim que me sinto, simplesmente completa.
Encontrei meu outro lado, aquele pedaço que perdemos em algum momento que desconhecemos e passamos a vida toda à procura.
Não sei se tive sorte ou se acredito no destino. Acho melhor acreditar que a minha sorte teve ajuda do destino ou vice-e-versa.

"LET'S STAY TOGETHER."

terça-feira, 2 de agosto de 2011

ENCONTROS...


Tenho uma amiga que diz que sair ao meu lado é o mesmo que sair com um vereador, conheço muitas pessoas, algumas inusitadas. Entre beijos no rosto, acenos com a cabeça e questionamentos sobre como anda a vida, a encontrei.
Nos últimos meses, nossos encontros sempre ocorrem em companhia de outros, os olhares amigáveis são únicos, mas sem permitir que nossos sentimentos se mostrem demais, afinal vivemos numa sociedade cheia de pré-conceitos que vê em um gesto de amizade algo além.
Nosso momento foi único, não observei que algo tinha mudado, a abracei forte e ouvi uma reclamação doce:
Cuidado, furei minhas orelhas!!!

O espanto ficou estampado em meus olhos, o comentário seguinte fez com que o susto desse lugar às lágrimas, lágrimas de felicidade.
Ela finalmente conquistou a liberdade, furou suas orelhas e fugiu com seu verdadeiro amor. Com os olhos ainda mareados, sorri e a abracei novamente (com mais cautela, cuidado com as orelhas livres). Trocamos mais algumas palavras e a pressa da vida nos engoliu mais uma vez, cada uma seguiu seu caminho.
Após alguns minutos, enquanto esperava minha mãe, escutava Cartola sussurrar "Corre e olhe o céu que o sol vem trazer bom dia".
Naquele instante refleti. Ela correu.



PS.: Homenagem a coragem de uma amiga única que mudou meu modo de ver e viver a vida. A distância pode dificultar a nossa comunicação, mas jamais matará nossa amizade.