domingo, 25 de julho de 2010

SENTIMENTOS SEDIMENTARES...




Eu nunca fui uma pessoa muito interessada em pedras e rochas, essas coisas que a gente aprende nas aulas de Geografia, mas nessa semana vi que as pedras tem uma outra função. Tive uma aula sobre rochas sedimentares em uma pequena cidade no interior de Minas Gerais, uma aula prática nos morros da cidade. Observando as camadas das rochas, pensei no tempo que ela tinha levado para ser formada e como era fácil tirar pedaços dela. Mas como algo que levou anos para se estruturar pode se desfazer ao toque de nossos dedos?
Passei os dias pensando na fragilidade do lugar, mas como os finais de tarde e as noites de lua eram encantadoras não pensei muito mais além das rochas, além do que eu podia ver.
Na viagem de volta acabei pegando no sono (quem me conhece sabe que eu não faço isso, rs) e tive um sonho, sonhei com aquela cidade que eu deixava com um pesar no coração, mas no meu sonho aquelas rochas, aqueles morros eram diferentes, onde antes tinhas apenas pedras eu via sentimentos, não me pergunte como isso é possível, pois nem eu sei explicar. Quando estava quase entendendo o que via acordei meio assustada no meio do transito de São Paulo. Não pensei mais no sonho, cheguei em casa, desfiz a mala, guardei minhas coisas e sai com a minha familia. Contei sobre a viagem, falei das belezas do lugar e das pessoas, sobre as experiências que tive e de como tudo tinha me encantado, mas algo ainda não estava claro, não conseguia parar de pensar no que as rochas queriam me dizer. Sei que parece besteira, mas acho que aquele lugar é cheio de mistérios em virtude das formações rochosas que envolvem a cidade.Hoje, ao acordar entendi aquele sonho maluco. Quando encontramos pessoas em nosso caminho construímos uma série de sentimentos, da mesma forma que as rochas sedimentares, em camadas. Essas camadas vão se unindo e dando forma ao que sentimos pelo outro, porém ao leve toque de nossos dedos tudo pode se desfazer.
Durante a viagem eu acrescentei camadas aos meus sentimentos, porém muitas partes de mim viraram areia.
Após observar tantos finais de tarde lindos, grutas maravilhosas e pessoas interessantes, me apeguei de fato às pedras do lugar, aquele cheiro seco que eu só senti lá. Acho que preciso de uma aula de como manter inteiros os sentimentos sedimentares, mas essas coisas só aquela cidade pode ensinar.

Quem sabe um dia eu volto lá. Você me acompanha?

domingo, 18 de julho de 2010

ERROS...


Sabe aquela sensação de impotência extrema? Aquele momento onde não pensamos no que sai da nossa boa, como se as palavras escorressem sem motivo aparente? É, essa loucura de sabor amargo que eu tinha guardado há tempos dentro de mim resolveu sair, só que dessa vez me mostrou uma realidade diferente.
Quando me decepciono com alguém, sempre penso em como a pessoa foi sacana comigo, nunca pensei que isso acontece pq espero demais dos outros, espero algo que não podem me dar e isso acontece com todos que estão na minha vida, família, amigos e até alunos.
O erro real habita na minha mente louca que pensa que as pessoas devem se preocupar para não me machucar. Mas pesando bem, eu que me machuco, eu que acho que o outro é obrigado a ter uma preocupação ímpar comigo.
Esses sentimentos loucos que se misturam é que deixam a minha visão turva, que não me permitem ver o outro em sua total clareza. Acho que algumas situações me dão a chance de mudar, de impor limitações para que eu sobreviva a mais uma tempestade.
Hoje tenho a certeza de que quem construiu a minha decepção foi eu mesma, por esperar demais e viver de menos, hoje sei que devo me preservar e não esperar mais do outro.
Hoje sei que devo exigir novas conquistas, novos sentimentos e muita confiança, mas devo exigir tudo isso de mim, somente de mim.

São Thomé das Letras, aí vou eu!!!!!!!!!!!!!

quarta-feira, 14 de julho de 2010

LOUCAS RELAÇÕES...


Sempre que me pedem algo que tenha que usar a criatividade eu digo "Preciso dormir e amanhã te conto as ideias que tive", sei que é estranho, mas sou isso. O mesmo acontece quando quero escrever, é só deitar que meu cérebro funciona, como já disse, acho que tenho hiperatividade cerebral, mas não é essa a questão. Depois de uma noite de sono conturbada, acordei pensando na minha relação com as pessoas, minhas relações de amizade, familiares e amorosas. Percebi que conquistar alguém é fácil, mas manter esse alguém ao seu lado é uma tarefa árdua, não sei como agradar sempre, se é que devemos agradar sempre.
É isso, essa é a minha grande dúvida, quem eu devo agradar mais, quem eu amo ou eu mesma? Pois eu amo sem limites, sem ver de fato o que esse amor faz comigo e acabo esquecendo do mais importante, eu. Existe um remédio para isso ou posso colocar na lista das minhas loucuras normais?
O que mais tem me preocupado é a relação que tenho com um certo alguém. Sabe aquela pessoa que entra na nossa vida sem ser convidada, invade nossos pensamentos, se estabelece e decide por si só que não vai mais sair? Essa pessoa é assim. Sei que estava esperando a sua chegada, mas veio como um estrondo, um furacão. Eu estava parada aguardando, afinal nossos caminhos se cruzaram muitas vezes mas nunca de fato nos encontramos, até agora. Essa é a loucura que encanta e que bagunça, esse cheiro de manhã, onde cada dia é uma sensação, um afeto diferente.
Não sei bem porque resolvi escrever isso hoje, acho que preciso exteriorizar meus pensamentos, principalmente os desnecessários.
Se você é essa pessoa (ou essas pessoas, outra duvida que tenho, acho que são várias), saiba que resolvi me estabelecer na sua vida também.

terça-feira, 13 de julho de 2010

PALAVRAS ENLOUQUECEDORAS...


Hoje descobri que a conversa é a maior ferramenta da loucura. As palavras lançadas ao ar pela nossa boca nos fazem olhar o outro de maneira diferente, observando que da imagem mais doce ou mais serena podem surgir palavras escuras, densas. Mas não acho que isso seja culpa do locutor, mas sim das nossas expectativas para com o outro.
Eu sempre espero algo das pessoas, mas nos últimos tempos peco pelo excesso de espera, pela minha ansia de querer do outro algo que ele não pode me proporcionar. Crio uma expectativa em torno das reações que no final da noite se tornam frustrantes. Agora o que me questiono é em que momento algumas conversas passaram a me tocar tanto. Lembro de que num passado não muito distante, somente um homem conseguia me prender e me encantar com suas palavras, palavras que enchiam meus pensamentos e que iluminavam minhas ideias. Eu sei que você está pensando naquele homem dos sonhos, o que na realidade ele é, mas não se engane com a colocação das palavras, pois esse homem é único em minha vida, não ocupa uma posição tão simples. Em minhas lembranças ele me contava histórias e causos sem sentido, mas mesmo assim me fazia pensar.
Hoje suas palavras perderam totalmente o sentido, mas mesmo assim seu olhar ainda cutuca meu lado questionador, porém acabei abrindo espaço para outras palavras, outras conversas e assuntos. Será que esse foi meu erro? Dividir algo tão importante com outras pessoas além dele? Ou será que as palavras que lançadas a mim não são as que eu esperava ouvir?
Sinto que recebo palavras demais, mas sem sentimento, não que eu não goste de ouvi-las, mas algumas me doem. Por isso não vou mais encher seus olhos com palavras sem sentido, paro por aqui...



obs.: à você que questiona sobre o homem citado, saiba que ele é a perfeição, o encanto em pessoa, ele é a minha loucura e a minha razão e que a dor da saudade jamais será curada...

A LOUCURA



O que è a loucura

senão a emoção extravassada!

O sentimento livre,sem dor,sem cura

a razão irracionalizada.

O que è ser louco

Num mundo onde a ambição domina?

Ser louco è pouco.

Assim a vida ensina.

È preciso ser irracional

Para se satisfazer com o que o mundo oferece

O quanto hoje ele te permite de especial

O presente da vida è enlouquecer

Para sobreviver no todo que te enlouquece!

O que è a loucura

senão seu pròprio eu?

Seu corpo a moldura

Da imagem de quem enlouqueceu!

Sou louco porque quero!

Tenho pena de quem não o è.

Me permito este progresso.

De ser humano,ser o que eu quiser.


Poesia de Katya Favero

O SABOR SEM GRAÇA DA SANIDADE...


Acordei estranha hoje, minha mente como sempre trabalhando, mesmo quando eu não quero. Acho que tenho hiperatividade cerebral, será que isso existe? Mas o que me causou essa estranheza matinal foi pensar em que momento as pessoas tiveram a certeza idiota de que são sãs. É muito simples observar que a sanidade é uma utopia, pois todos vivem alguma loucura, algo que ao outro soa estranho.
Tento todos os dias acreditar que sou normal, mas não por mim, mas pela sociedade, afinal quantos pensantes foram considerados pessoas fora de sintonia, quantos passaram anos em manicômios até que alguém percebeu que só eram muito inteligentes? Não que eu seja a inteligência em forma de mulher, mas também não sou uma minhoca. A humanidade exalta a falta de interesse e a alienação dos seres, declarando que é uma atitude normal, aceitando que as crianças que se destacam na escola sejam chamadas de nerds, idiotas.
Mas onde habita a real idiotice? A busca pela sanidade é idiota, pois é uma procura sem propósitos, um caminho sem fim.
Ouvi de uma adolescente que as pessoas não se relacionam de verdade, se uma menina que está na parte considerada mais sã da vida (pois a loucura adolescente é muito bem aceita, afinal é tudo coisa da idade), onde todos são felizes, pois cada segundo vivido é uma relação que começa e uma que termina, e mesmo assim ela aceitou a loucura total da vida, percebeu que somos tão loucos que nos declaramos auto-suficientes.
Acho que é isso fez minha mente alucinar logo cedo,(isso mesmo, alucinar, sou mais uma louca declarada, mais uma que aceitou a realidade), essa atitude que normal que algumas pessoas da minha convivência tem em achar que se bastam ou que o mundo gira em torno do próprio umbigo.
Pessoas acordem, respirem, gritem e busquem o gosto da loucura, pois o sabor da sanidade engana nosso paladar.
Aceitem que somos a loucura e que esse é o estado real, não idealizem a normalidade, pois isso sim é viver fora do mundo.

Mil Beijos de uma louca declarada, mas feliz!!!

segunda-feira, 12 de julho de 2010

DA SOLIDÃO À LOUCURA



Sempre me questiono sobre solidão. Tenho um medo absurdo de terminar a minha vida sozinha, mas fujo das pessoas. Sinto que estou na linha que divide a solidão da loucura, entre o medo de ficar só e a necessidade de estar só.
Não consigo compreender algumas reações que tenho, quando mais preciso de companhia não aceito a presença de um amigo, mas quando preciso de um momento de reflexão, marco reuniões com pessoas amadas, que por mais que me adorem cutucam feridas antigas, imagens que tento apagar de minha mente. Isso é masoquismo, eu sei, mas não consigo controlar. Vivo a vida às avessas, faço tudo ao contrário.
Até para gostar faço ao contrário, sou a rainha de gostar de quem não gosta de mim, de me apaixonar pelos pensamentos das pessoas, olho a beleza depois, aliás nunca procurei beleza aparente nas pessoas, quero sempre ver o que tem por trás dos olhares.
Vivo uma eterna loucura, uma bagunça de emoções e para melhorar deixo que as pessoas me baguncem ainda mais.
Hoje encontrei um novo gosto para a minha loucura, um gosto não muito legal, hoje sinto minha boca amarga, um gosto que sentia quando meus avós fumavam no carro com a janela fechada.
Acho que preciso de mais um momento de loucura para melhorar o gosto que está enchendo minha boca. Alguém pode me ajudar??

QUAL É O GOSTO DA LOUCURA?


Para mim, todos os sentimentos, sons e até mesmo pessoas tem um gosto. sei que posso parecer maluca, mas façam o teste, fechem os olhos e tentem sentir o gosto do amor, tenho certeza que cada um vai identificar um sabor diferente. Com os sentimentos funciona da mesma forma, uma chuva de gostos, cheiros, cores e textura. Mas tem mesmo tendo essas sensações diariamente, quando se trata de loucura, eu não consigo desenvolver, pois a cada momento louco sinto um turbilhão de sensações diferentes e durante um momento de loucura, resolvi criar esse blogue.
Neste espaço quero registrar o gosto das minhas loucuras, não espero que alguém leia, pois seria muita pretensão de minha parte, mas quem sabe essas palavras que me enlouquecem de uma maneira única e divertida façam diferença para alguém.