sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

NOVAS TRADIÇÕES...


Mais um dia. Foi assim que tentei enxergar o último dia do ano quando acordei, mas meus pensamentos me levaram numa viagem à 365 dias atrás.

Me lembro bem, estava sentada na área comum de um hostel em Colônia de Sacramento, uma cidade linda do Uruguai, muito parecida com Paraty. Entre uma Patrícia gelada e uma apresentação de Candombê, eu escrevia mais um texto neste espaço, eram palavras sobre saudade, que naquele momento era algo com começo, meio e fim.

Um ano depois, me encontro mais uma vez longe do meu país, das minhas pessoas e as vezes um pouco longe de mim, mas dessa vez a saudade tem outro sabor, cereja, é esse o sabor da vez, aliás o final de ano, para mim, tem gosto de cereja, pois acho que ninguém espera mais pela época dessas frutinhas tão pequeninas e tão maravilhosas do que eu.
Mas as cerejas além de gostosas tem um significado maior na minha vida, pois o fato de vê-las à mesa me lembrava do tamanho do esforço que aquelas pessoas tinham feito para me proporcionar aquele momento. Lembro do final de 2010, o primeiro Natal que passei junto com meu pai e minha mãe, acho que foi o mais especial de todos os tempos, sem grandes presentes e festas, mas com eles, meus maiores amores. Naquele 24 de dezembro, quando adentrei a sala do apartamento de São Vicente, vi os sorrisos e escutei "Andressa, olha o que a vovó comprou pra você", eram elas, as cerejas. Nos anos anteriores era ele quem comprava, mas como não existia mais memória sobre as frutinhas vermelhas, minha vó que fez as honras.

Hoje preparo a minha primeira ceia de Ano Novo pensando em tudo o que vivi, nas cerejas, nas velas acesas na praia, nas noites de jogatina, nas sete ondas e nos fogos de Santos, sabendo que mesmo depois de passar por momentos maravilhosos, neste ano surgem novas tradições, de uma forma simples, mas com o passar do tempo elas serão tão importantes quanto tudo o que meus avós me ensinaram.

Por mais que o amanhã seja igual à hoje, eu seguirei feliz em busca das minhas tradições.

Feliz Ano Novo!!!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

AQUELAS NOITES...


Sabe aquele cheiro que trás lembranças, mas que não conseguimos descrever?? Pois é assim que me sinto, fecho os olhos e cada detalhe surge acompanhado daquele cheiro único, aquele cheiro indescritível daquelas noites de Natal.
As risadas soltas no ar deixavam o ambiente com um abafado familiar, todos se incomodavam, mas se sentiam impulsionados à ficar. Não era a energia do espaço, aquele salão de festas improvisado que depois abrigou o quarto de meu pai só era mais um cenário que abrigava a reunião. Acho que eram aquelas pessoas. É, com certeza eram as pessoas!!
Eu via tudo acontecer de um ângulo privilegiado, era "a menina", aquela que todos cuidavam, a mais nova, que mesmo depois de começar a enxergar o mundo mais do alto, continuou sendo "a menina".
Parecia que todos tinham fugido daqueles filmes que sempre passam na TV durante o final do ano, com personagens rechonchudos e mesas fartas. Aguardava aquele dia durante todo o ano, naquele desejo de saborear cada segundo, cada momento era único, nunca se repetia, mas sempre virava história para o ano seguinte.
Longas noites de "jogatina", crises de bronquite, comedoras de moscas, risadas de todos os tipos, mãos cansadas cheias de vontade de marcar seus números nas cartelas amareladas, milhos correndo pela mesa, palavras inventadas e mais sorrisos, assim que eu passava o Natal.
Mas, com o passar da vida tudo muda, aqueles lindos seres encantados da minha infância agora vivem na minha memória, nas minhas saudades e nesse Natal, quando o relógio marcar meia-noite, mesmo estando longe de casa, eles olharão por mim e eu agradecerei por ter vivido ao lado deles aquelas noites.



Feliz Natal e um lindo Ano Novo.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

SAUDOSOS SORRISOS...


Sempre disse que precisava dormir para ter boas ideias, pensamentos interessantes. As vezes acordava no meio da noite com uma possível aula ou tema para questão de prova (parece loucura talvez seja loucura, mas que não o é?). Mas essa noite está passando diferente das outras, as ideias surgiram entre a necessidade do sono e a busca por uma foto bonita (sinto falta das minhas madeixas vermelhas).

Os dias tem passado de uma forma estranha, me sinto numa eterna TPM, passo por todos os humores em questão de 60 minutos, tristeza, amor, raiva, ciúme. Se não durasse tanto tempo, com certeza acharia que é uma tensão daquelas que livra uma mulher de um assassinato.
Hoje, procurando uma coisa encontrei outra, bem, na realidade, outros. Eram milhares, tantos que me perguntei como nunca tinha reparado que ele estavam ali. Aqueles sorrisos, dentes a mostra, olhos formando arcos, as maçãs do rosto levantadas, bocas de todos os formatos, foi tão intenso, que tenho certeza que consegui ouvir aquelas risadas maravilhosas.

Sou uma pessoa observadora e se tem um coisa que conheço são os sorrisos daqueles que me fazem feliz, e quando me deparei com eles senti um estalo, era isso que faltava, os sorrisos, as risadas e as gargalhadas, como me faz falta aquele sabor estranho da intimidade e da convivência, um gosto meio agridoce, se provado em excesso se torna enjoativo, mas se for na medida certa, nos proporciona momentos únicos.

Saudade, esse era o sentimento que me causou essa TPM fora de época. Saudade deles, os donos das melhores risadas... meus amigos.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

DESCOBERTAS DE UMA VIDA CÍCLICA...


Esses dias de solidão opcional me levaram a grandes descobertas, como o sentimento de pertencimento, na realidade, o de NÃO-pertencimento.
Sempre achei que por ter vivido algo, as pessoas ou os objetos daquele momento me pertenciam, jamais iriam embora ou me esqueceriam, mas hoje entendi que a vida é cíclica. As mudanças sempre foram constantes em minha vida, as pessoas iam e vinham, os momentos acabavam e outros surgiam em seus lugares, mas nunca me dei conta do final dos ciclos, de como as pessoas seguem em frente.
Quando perdi grandes amores me questionei sobre como conseguiria transpor aquela dor e pensava nas pessoas que já tinham sentido a mesma dor e continuavam vivas, levando a vida.
Hoje o estalo foi alto, finalmente compreendi o que tanto estudei sobre o fim dos ciclos históricos, pois ler sobre algo é muito simples, mas entender a grandeza é uma tarefa apenas para os que prestam atenção de verdade (e acho que nos últimos anos não prestei atenção em muitas coisas).
Encerrei muitas histórias esse ano, descobri novas angústias com o fim delas, mas consegui, finalizei meu maior ciclo e consegui ver o horizonte imenso que me aguardava. Novas oportunidades, novas pessoas e até mesmo os antigos amores se renovaram.
Seria mentiroso de minha parte dizer que não sinto falta do que passou, mas vejo tudo de uma nova perspectiva, sei que tudo termina por um motivo, não adianta se lamentar, mas sei também que ao final sempre existe um novo começo.
Acho maravilhoso não saber o que está por vir, ter lembranças de ser amada, de ter amado, ter amigos, mas o mais maravilhoso de tudo é saber que vivi tudo, mas que ainda tenho muito o que viver. Aquelas pessoas, aqueles lugares serão meus em minha memória, num passado lindo, são a minha herança para as novas personagens daquela vida que vivi plenamente.
Amei, senti, chorei e agora sigo em frente para mais uma aventura em busca de novas lembranças e de novos não-pertencimentos.
E assim continuamos, encerrando os ciclos como sol faz com as tardes, e renovando como o mesmo faz com as manhãs.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

GRATA POR SER ANDRESSA...



Todos os anos espero parabéns, felicitações (e até mesmo presentes) pelo meu aniversário, mas em nenhum momento me dei parabéns.
Sei que pode parecer egocentrismo da minha parte, afinal crer em si é um ato mal visto perante à nossa sociedade, onde a vitória é invejada e o fracasso é comemorado com olhares de glória e superioridade.
Mesmo sabendo de todos esses inconvenientes, resolvi me parabenizar por todas as minhas vitórias.
Não sou nenhuma super heroína e muito menos uma mártir, mas sei que alcancei espaços e lugares jamais imaginados pelos meus pais no momento em que nasci.
Conquistei sabedoria, descobri dons guardados na minha essência, aprendi a amar e acima de tudo, encantei pessoas, entendi que ser a soma dos meus pais é algo único e que existe uma metade nossa perdida por aí, é só ter paciência pois ela nos acha (a minha já me encontrou).
Anos de vida, grandes descobertas (como a personalidade de meus cabelos e a cor dos meus olhos de fim de tarde), perdas, com as quais cresci e vitórias, em alguns momentos, desnecessárias.
Por isso hoje eu agradeço a mim, isso mesmo, a mim por não desistir em meio às tempestades, por enxugar as lágrimas e seguir em frente, por conquistar mais do que todos esperavam (mais do que eu esperava) para mim.
Sei que posso me olhar no espelho sem vergonha, me sentindo plena, descobrindo dia-a-dia meus defeitos e melhorando minha qualidades.

Obrigada Andressa Cristina Santalucia da Silva, agradeço por me aceitar e me deixar existir.
Feliz Aniversário!!!



Uma música de presente para mim!!!


Oração ao tempo
Caetano Veloso

És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo tempo tempo tempo
Vou te fazer um pedido
Tempo tempo tempo tempo...

Compositor de destinos
Tambor de todos os rítmos
Tempo tempo tempo tempo
Entro num acordo contigo
Tempo tempo tempo tempo...

Por seres tão inventivo
E pareceres contínuo
Tempo tempo tempo tempo
És um dos deuses mais lindos
Tempo tempo tempo tempo...

Que sejas ainda mais vivo
No som do meu estribilho
Tempo tempo tempo tempo
Ouve bem o que te digo
Tempo tempo tempo tempo...

Peço-te o prazer legítimo
E o movimento preciso
Tempo tempo tempo tempo
Quando o tempo for propício
Tempo tempo tempo tempo...

De modo que o meu espírito
Ganhe um brilho definido
Tempo tempo tempo tempo
E eu espalhe benefícios
Tempo tempo tempo tempo...

O que usaremos prá isso
Fica guardado em sigilo
Tempo tempo tempo tempo
Apenas contigo e comigo
Tempo tempo tempo tempo...

E quando eu tiver saído
Para fora do teu círculo
Tempo tempo tempo tempo
Não serei nem terás sido
Tempo tempo tempo tempo...

Ainda assim acredito
Ser possível reunirmo-nos
Tempo tempo tempo tempo
Num outro nível de vínculo
Tempo tempo tempo tempo...

Portanto peço-te aquilo
E te ofereço elogios
Tempo tempo tempo tempo
Nas rimas do meu estilo
Tempo tempo tempo tempo...

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

MEU POETA...


Quando eu era criança brincava com as minhas primas de casamento, era muito divertido e engraçado, afinal idealizávamos homens lindos, altos, fortes, entre outras coisas que, ao nosso olhar infantil, eram muito atraentes.
Com o passar do tempo busquei este suposto príncipe encantado, esperei ele todas as noites, pensando em como seria nossa vida, tentava imaginar seus olhos ao acordar, seu cheiro em meio as minhas roupas.
Muitas vezes acreditei tê-lo encontrado, mas em todas elas em algum momento enxerguei o engano, até que um dia ele surgiu.
Sua aparência não tinha a menor semelhança com aqueles homens com os quais eu sonhara ou me relacionara anteriormente. Era único. Cheio de palavras e opiniões, um pouco desleixado e rude. Não me contive nas ofensas à sua pessoa, especialmente quando se tratava de suas ideias revolucionárias que me ofendiam, pois ao escutá-las descobria o quanto estava presa às pequenezas da vida.
Com o passar do tempo tornou-se encantador, um poeta do outro mundo, grande amigo.
Entre cervejas bebidas e trocadas, as conversas buscavam a noite bem devagar, com medo de ir embora, com medo das despedidas, aqueles temidos olhares.
Foi naquele dia, no dia em que me descobri(ram) maravilhosa. A dança, os beijos, uma sensação diferente, uma noite quente, clara, a música exalava flor de laranjeira. A perfeição.
Os dias correram, anos passaram, idas e vindas, distâncias, lugares e finalmente... Nós.
Completa, assim que me sinto, simplesmente completa.
Encontrei meu outro lado, aquele pedaço que perdemos em algum momento que desconhecemos e passamos a vida toda à procura.
Não sei se tive sorte ou se acredito no destino. Acho melhor acreditar que a minha sorte teve ajuda do destino ou vice-e-versa.

"LET'S STAY TOGETHER."

terça-feira, 2 de agosto de 2011

ENCONTROS...


Tenho uma amiga que diz que sair ao meu lado é o mesmo que sair com um vereador, conheço muitas pessoas, algumas inusitadas. Entre beijos no rosto, acenos com a cabeça e questionamentos sobre como anda a vida, a encontrei.
Nos últimos meses, nossos encontros sempre ocorrem em companhia de outros, os olhares amigáveis são únicos, mas sem permitir que nossos sentimentos se mostrem demais, afinal vivemos numa sociedade cheia de pré-conceitos que vê em um gesto de amizade algo além.
Nosso momento foi único, não observei que algo tinha mudado, a abracei forte e ouvi uma reclamação doce:
Cuidado, furei minhas orelhas!!!

O espanto ficou estampado em meus olhos, o comentário seguinte fez com que o susto desse lugar às lágrimas, lágrimas de felicidade.
Ela finalmente conquistou a liberdade, furou suas orelhas e fugiu com seu verdadeiro amor. Com os olhos ainda mareados, sorri e a abracei novamente (com mais cautela, cuidado com as orelhas livres). Trocamos mais algumas palavras e a pressa da vida nos engoliu mais uma vez, cada uma seguiu seu caminho.
Após alguns minutos, enquanto esperava minha mãe, escutava Cartola sussurrar "Corre e olhe o céu que o sol vem trazer bom dia".
Naquele instante refleti. Ela correu.



PS.: Homenagem a coragem de uma amiga única que mudou meu modo de ver e viver a vida. A distância pode dificultar a nossa comunicação, mas jamais matará nossa amizade.

domingo, 31 de julho de 2011

AQUELE 31 CHUVOSO...


Ele partiu num dia como esse, meio estranho, nem frio nem calor, com aquela chuva incômoda. Um dia choroso. Lembro-me da nossa última troca de olhares, ele estava me esperando. Vi de longe seu sorriso mais sincero. Naquele momento senti que ainda restava alguma memória, tenho certeza que fui reconhecida. Aquele sorriso era só meu.
Seu corpo enfraquecido exalava seus melhores dias, mas toda sua luz estava se apagando, fugindo. Eu pude ver, ele se despediu.
Forcei minha memória para aquele carnaval do ano anterior, parecia tão distante. Aquelas manhãs difíceis, enquanto todos dormiam, ficávamos num embate triste mas engraçado.
Voltei à realidade daquele veículo parado, numa tentativa de se proteger de uma chuva de granizo que anunciava o dia mais triste de minha vida.

Fechei meus olhos e novamente o sabor amargo que senti algumas horas antes, ele tinha partido, meu herói da malha amarela, foi como um soco no estômago. De volta ao carro, já em movimento, tentei me convencer de que tudo não passava de um sonho ruim. Era a mais dura realidade.
Ver seu olhos imóveis, sem vida foi o mesmo que perder um pedaço de minha alma.
Seis meses se passaram, ainda sinto aquele mesmo gosto de 31 de janeiro, amargo, cheio de saudade. Muitos dizem que é uma questão de tempo, outros que o amargor jamais passará.
Passo meus dias buscando uma receita, uma reza ou uma simples conversa que faça a dor passar, que tape esse buraco em meu peito. Só me resta aguardar, viver cada dia por vez, sempre tentando, buscando, esperando.

"O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido."
(Pablo Neruda)

segunda-feira, 21 de março de 2011

MEMÓRIAS HISTÓRICAS...


As transformações mexem comigo de um forma absurda, sei que mudanças acontecem, mas pensar que posso acordar e não reconhecer mais o espaço a minha volta me assusta.
Cheguei a esses pensamentos durante um passeio, no fim de um dia cansativo iluminado por uma linda lua, na companhia de uma amiga destra. Aquela caminhada me trouxe a memória fatos há muito esquecidos, de uma época que pessoas serenas e rainhas de bandas de carnaval faziam parte do meu dia-a-dia. Pensei em cada momento, cada sorriso, e entre uma história contada e uma história apenas pensada me deparei com as ruínas daquelas lembranças. Senti meus olhos mareados e um aperto no peito.
Lembro da primeira vez em que pisei lá, consigo reviver cada sensação, o "medinho" da rejeição, o gosto livre e refrescante da maturidade que passou pelos meus cabelos feito brisa da madrugada, como me senti ao lado da moça alta e loira com pinta de maluca que conquistou o posto da irmã que nunca tive, como amei rapaz-feijão à primeira vista e, como se fosse um filme, vivi momentos intensos de amor e desamor.
Aquele prédio, de alguma forma inexplicável, fazia parte de mim, mesmo ao passar em frente conseguia escutar as risadas, as discussões políticas ou apolíticas que aconteciam nas mesas de um azul-descascado, sentia vida enraizada nas paredes.
Tristeza, esse é o sentimento que retrata a minha reação no momento em que reconheci minha história em meio aqueles entulhos , repeti inúmeras vezes "acabou, tudo se foi", porém, ao olhar de uma forma menos pessimista (afinal a rapadura é dura mas é doce) percebi a imponência da História nas paredes amarelo-sujo do casarão que viu tantas vidas acontecendo, por alguns instantes vislumbrei os trabalhos grandiosos que nos davam a sensação de sermos grandes, únicos, fazendo a diferença.
É, o concreto se foi, mas o que importava ficou. Aquelas personagens que mudaram a minha vida sempre estarão vagando perdidas em minha memória, quando eu sentir saudades, é só fechar os olhos e sonhar com aquelas noites de verão que passava sentada nas escadarias escutando os "causos" da cozinheira da voz de anjo, da carioca sonhadora, de uma advogada mãezona, de três meninas que viraram mulheres, do homem de cera e de tantos outros que eu amei e que me amaram. Dedico à vocês, grandes historiadores, este pedaço de memória.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

DOR DE SAUDADE...


Hoje senti meu coração doer de saudade, aquele sentimento que pega na boca do estômago, feito dor de academia que dói mas é gostoso. Então resolvi sentir mais saudades e busquei algumas palavras que esqueci no tempo, mas que a memória insistiu em me devolver.
São palavras simples para um grande amigo. Sei que deveria escrever coisas alegres, mas mesmo alguns fins tristes me trazem à mente lindas história.

“Você, o maior admirador dos meus olhos, busque algo maior, mais profundo do que um fim de tarde... leia suas palavras gravadas em minha alma... observe o sentimento único, que você tanto fala, em meus sorrisos e me diga, foi tudo em vão? … as lágrimas que compartilhei, os momentos que vivi, tudo que presenciei, foi por nada?.. e todas as músicas que provamos juntos, o que faço com elas?... o que explico à Lua? Ela que presenciou todo nosso sentimento, que iluminou as nossa amizade... tudo isso grudou em mim feito tatuagem, não consigo tirar... essa disputa da minha loucura com a sua lucidez me mata, 'ou seria o contrário?'

você, rapaz de trejeitos que me divertem, de letras que me encantam... você mesmo, que lê essas palavras com um sorriso saudosista e um olhar de despedida, peço que me guarde em seus pensamentos mais desnecessários... te quero ao meu lado mas não consigo, perdi a plenitude do que sentimos, estou incompleta, vazia... não me odeie pelos meus atos, eu já faço isso por nós dois... me odeio por te odiar, por me afastar... não quero, não posso te deixar, mas preciso dessa sensação para me curar, para me sentir viva e quem sabe um dia novamente te proporciono aquele gosto de canela único e avermelhado...”

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

ADEUS OU ATÉ LOGO?


Perdi o ar, parecia que algo empurrava meu peito com muita força, meus pensamentos embaralhados, minha boca se mexia, porém não emitia sons, olhos salgados de lágrimas. Acabou, é fato, ele se foi. O homem da linda malha amarela. Já sinto sua falta, penso em momentos vazios impostos por sua ausência.
Acabou, não verei mais aquele lindo sorriso quando começava com meus momentos de professora de história. "Essa adora uma história", dizia ele.
Não consegui dizer adeus, apenas até logo. Como aceitar a despedida, ver seus olhos inertes. Parei. Pensei. Tenho que aceitar, tenho que continuar, afinal ele que me ensinou isso. Pensei mais um pouco, parei mais um vez.
Desisti de escrever, afinal o que sinto por ele não cabe em palavras...

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

O QUARTETO...


As mudanças são necessárias no nosso dia-a-dia, mas nem sempre as aceitamos da melhor forma. Ao me deparar com algumas mudanças que já ocorrem há algum tempo, percebi que as ignorei, cada transformação, pois era mais fácil fingir que tudo funcionava como antes.
Por favor, não me compreendam mal, mudanças não são nocivas, não é isso, é bom mudar, mostra que estamos crescendo de alguma forma.
Após passar 20 dias longe de casa e de tudo o que me protegia, compreendi que a música da Elis que diz "viver é melhor que sonhar" se encaixa com meu novo eu, mas também com o novo eu de três pessoas que ajudaram a construir cada centímetro do sou ou de minha transformação diária
Pensei em escrever mais uma vez sobre saudades, mas ao ver a alegria naqueles conhecidos olhos, encontrei uma nova compreensão para meus sentimentos. Descobri que mesmo com as distâncias impostas pela vida, eles são uma parte única de mim.
Lembro do dia em que os conheci, consigo sentir o cheiro que as árvores do campus exalavam durante o verão. Os primeiros contatos foram estranhos, sentimos algo diferente no ar. Num piscar de olhos estávamos juntos brigando por nossos ideais, pelo nosso espaço, pela nossa amizade e um pelo outro.
Eles foram meus super heróis, me salvaram diariamente, ensinaram como seguir em frente, como ser forte, como conquistar o mundo.
Hoje, ao olhar nossas fotos, percebo que somos os mesmos, o quarteto fantástico, porém mais confiantes, vivendo tudo o que sonhamos.
Levarei o coração deles dentro do meu pro resto da vida, numa tentativa de proteção para que ninguém possa machucá-los, mesmo com um oceano nos dividindo ou apenas a vivência de sonhos nos distanciando, os terei ao meu lado pela eternidade.
Obrigada pela amizade, pelos bons momentos, sem vocês eu estaria inacabada.


"I'll be there for you"

domingo, 2 de janeiro de 2011

SONHOS...




Acordei assustada, uma dor no peito, olhei no relógio, já era madrugada. Por alguns minutos pensei que o tivesse perdido, busquei em meus pensamentos suas palavras, aquelas que formaram o que sou. Exitei. Pensei. Tive vontade de chorar. Será que aquela tinha sido a última vez que eu tinha o visto?
Fechei meus olhos, obriguei as lágrimas a ficar. Remexi minhas lembranças por mais algum tempo. Me lembrei das cores, pela primeira vez eu que tinha sido a professora, o fiz repetir muitas vezes as cores que me encantaram na infância, que um dia ele me ensinou como falá-las e que hoje eu o ensinava.
Mais uma tentativa. Fechei os olhos novamente. Tentei desviar minha mente para o ambiente que estava, nas coisas e pessoas que eu havia conhecido. Nada. Relembrei. A malha amarela. Quando ele a usava parecia um príncipe encantado, era o príncipe dos meus contos de fada, me sentia pequena ao seu lado, porém me sentia uma gigante perante seu olhar admirado quando eu aprendia algo novo e lhe contava.
Desisti. Impossível lutar contra lembranças tão brilhantes. Resolvi escrever e aguardar o sono chegar.
Mas sobre o que escrever. Pensei mais um pouco. É claro, vou escrever sobre ele, o homem da minha vida.
Hoje vejo um vazio em seus olhos que jamais vi. Seu olhar era único, brilhante, profundo, forte e apaixonante. Escrevi. Pensei. Sou humana, não consigo aceitar os fatos da vida, mas tem coisas que não se pode adiar.
Fechei meus olhos. Sonhei.