segunda-feira, 15 de novembro de 2010

UMA CORDINHA...


Acordamos cedo, pois marcamos com um guia local uma visita às cachoeiras, cavernas e grutas dos arredores. A melhor parte de todas as manhãs que ficamos lá era o café da manhã, queijo minas, pão quentinho, suco de laranja natural, um bolo de coco delicioso e uma troca de olhares engraçados. Entre risadas e sussurros terminamos o café e fomos ao encontro do guia.
Tudo naquela viagem foi fora do padrão já vivido por nós, as conversas, os programas e as pessoas. Uma dessas pessoas era o menino que nos guiou durante a nossa "aventura" matinal. Quem poderia imaginar que conheceríamos lugares como aqueles com a ajuda de um adolescente que tinha um sotaque mineiro bem carregado, coisa que normalmente eu adoro ouvir, só reafirma a minha vontade de desbravar Minas Gerais.
Entremos em uma gruta com várias saídas, em outra que as paredes brilhavam e que tinha um cheiro leve que me lembram as músicas que escuto quando preciso relaxar em meio a multidão. Após visitar Sobradinho ("vila" próxima à cidade onde estávamos) fomos em direção à última parada de nosso passeio, a Cachoeira da Lua, local onde vários hippies vendiam os seus "trampinhos" (era assim que ele chamava os trabalhos feitos pelos hippies), mas também onde encontramos um visual magnífico e a água mais fria que já senti em toda a minha vida.
Muitos devem estar se perguntando onde quero chegar com essa história, mas devemos praticar a paciência, pois quem espera sempre sempre se cansa. (momento bobo)
No momento em voltamos para a estrada onde estava estacionado o carro paramos para olhar os famosos "trampinhos". A proposta era comprar dois pedaços de corda que amarraria-mos em nossos tornozelos. Naquele momento eu me senti estranha, nunca comprei coisas do tipo, não depois de achar que entrei na fase adulta, pois certos acessórios só me permiti usar enquanto era considerada uma adolescente, afinal ser jovem é ter liberdade poética para usar o que quiser, quando quiser e onde quiser, mas depois que todos nos olham como adultos, algumas coisas são "proibidas".
Voltamos para o carro, demos carona para um hippie ruivo, fotógrafo e cantor, que embalou a nossa volta com suas músicas sobre a cidade, sobre boiadas e um modo livre de ver as coisas, que vivia ali há 18 anos. Chegamos à cidade, vivemos mais algumas histórias e voltamos para a realidade de nossa cidade.
Alguns meses se passaram desde aquele dia, tudo mudou em nossas vidas, mas aquela cordinha continua amarrada em meu tornozelo. Sinto que é uma forma de relembrar daquele sentimento, daqueles momentos.
Mesmo vivendo tão intensamente a vida, as vezes uma simples cordinha pode segurar o maior dos sentimentos: a amizade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário