
Uma porta vermelha fechada nos levou para uma outra dimensão. Ao adentrar aquele ambiente a meia luz a certeza de uma noite única surgiu.
A mistura de fumaças tornou o espaço mais convidativo, uma espécie de jardim secreto surgiu à minha vista, um espaço único cheio de seres fantásticos, a adorável bagunça cultural.
Discussões sobre os tons de voz, os bartenders peruanos que vivem na Europa e decotes incômodos preencheram a madrugada.
Uma Babel linguística surgia a plenos pulmões. Os melhores chamuyeros estavam soltos pelo lugar, suas ideias furadas e seus sorrisos diagonais arrancaram gargalhadas de nossos lábios, a famosa vergonha alheia estava clara em nossos olhares, porém a noite nos trás a licença poética dos bêbados e dos loucos.
Entre olhares reprovadores e poses em uma mesa de bilhar tomamos outro rumo, buscamos um novo lugar. Os paralelepípedos de San Telmo eram como a estrada de tijolos amarelos do Mágico de OZ, o silêncio das ruas foi rompido abruptamente pelo debate sobre o sim ser um não disfarçado, enquanto uma grande amizade de uma noite era selada.
Amendoins que surgiram como mágica, elogios na porta banheiro e a sensação de que as paredes foram pitadas com um amarelo pálido deram àquela loucura boa um gosto diferente, porém, mais uma vez os olhares reprovadores de "hasta luego" nos impulsionaram para a nossa estrada dourada.
Ao som das canções em nossas mentes nos despedimos dos nossos amigos da noite e guardamos em nossos pensamentos as imagens de uma vivência maravilhosa.
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