
Faço um apelo à todos. Peço observação, cuidado aos que estão ao nosso lado. Olhemos mais as pessoas nos olhos, escutemos mais o silêncio da juventude, isso pode salvar.
Mas não pensem em salvação física, pois o corpo é carne consumida pela terra, pensem na salvação espiritual, nossa e dos nossos. Aqueles que vemos todos os dias e que muitas vezes ignoramos são nossos, nos pertencem de alguma forma.
Ser professor não é apenas passar um conhecimento adquirido de um conjunto de papéis que agrupam contas, fatos e palavras. Essas informações nem sempre são as necessárias.
Sei que eles não tem nosso sobrenome, mas muitos nos vem como a chance única de atenção, a certeza de um sorriso sincero.
Não digo que devemos adotá-los, digo que devemos ama-los de alguma forma, saber quem são aqueles que nos observam durante tantas horas no dia, pois a sensação de impotência que corre em minha mente ao ver o sofrimento de pais que recebem a notícia da perda de um filho é apavorante, ainda mais quando lembro que ensurdecemos nossos corações.
Será que estamos nos perdendo em meio às facilidades? Será que perdemos a sensibilidade, a compaixão pelo outro?
As lágrimas invadem meus olhos ao pensar que os sonhos de muitas crianças são ignorados, que elas já não podem mais esperar o futuro, pois ele foi arrancado de seus pequenos corações.
Hoje, alguns fios que nos prendiam à esperança se arrebentaram, mas os meus, eu guardo bem seguros dentro do meu coração e espero que todos se agarrem aos seus, pois sem nossas crianças, o que será de nós?
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