
Entre as ondas de calor que rondam meu quarto e as melodias de Cazuza que rondam meus ouvidos, pensei no tempo e na poesia. Surgiu, assim, como se fosse um estalo, veio a criatividade, a tentativa de prender a beleza com as palavras.
Eu, que sempre fujo das inspirações diárias, resolvi abandonar o sono e buscar nas horas da madrugada silabas que completassem meus devaneios mais profundos.
Que trabalho difícil esse de escrever, que dureza colocar no papel (com a tecnologia, no computador) as sensações que envolvem meu corpo neste momento. A ansiedade dentro do meu peito, os caminhos que se iluminam, as portas que se abrem e, ao invés de andar, eu paro.
Paro, olho e escuto mais uma vez Cazuza dizendo que a vida é breve, penso novamente no tempo, nas escolhas que fiz, em tudo o que já vivi. Será que valeu a pena?
Aceito, faria tudo novamente, sem mudar uma vírgula, pois a vida foi boa comigo, transformou meus erros em aprendizado, meus machucados em troféus e as minhas vitórias, ah, essas eu deixo para os outros admirarem, pois se venci não preciso mais (ainda preciso, mas tento praticar o desapego diário, quase que me enganando) quero novos desafios, viver da adrenalina, do frio na barriga, viver o tempo que resta.
A vida é passageira, mas o tempo é relativo, em um ano posso viver a eternidade, mas posso perder a alma em apenas um segundo.
"Com papel e caneta na mão, eu posso parar a beleza."
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